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SÍNDROME de ASPERGER & DSM's

Até 2013 a síndrome de asperger e o autismo eram dois diagnósticos distintos. Enquanto vigorava o DSM-IV, o diagnóstico de autismo poderia receber um destes nomes:

  • Transtorno Autista;

  • Síndrome de Asperger;

  • Transtorno Desintegrativo Infantil;

  • Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.

 

No entanto, quando passou a vigorar o DSM-V, ambos passaram a fazer parte do mesmo diagnóstico, o TEA - Transtorno do Espectro do Autismo. O DSM — Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais — é um documento criado pela Associação Americana de Psiquiatria ou APA (American Psychiatric Association), principal organização de estudantes e profissionais de Psiquiatria dos Estados Unidos.

 

No DSM-IV a síndrome de asperger se diferenciava pela ausência de atrasos e pelo QI (quociente de inteligência) preservado:

DSM-IV: 299.80 (Antigo):

 

"A Síndrome de Asperger relaciona-se com o Transtorno de Asperger definido na seção 299.80 do DSM-IV por seis critérios principais, que definem a síndrome como uma condição com as seguintes características:


   A. Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes quesitos:
  (1) prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social
  (2) fracasso para desenvolver relacionamentos apropriados ao nível de desenvolvimento com seus pares
  (3) ausência de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por ex., deixar de mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse a outras pessoas)
  (4) falta de reciprocidade social ou emocional


   B. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes quesitos:
  (1) insistente preocupação com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesses, anormal em intensidade ou foco
  (2) adesão aparentemente inflexível a rotinas e rituais específicos e não funcionais
  (3) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por ex., dar pancadinhas ou torcer as mãos ou os dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo)
  (4) insistente preocupação com partes de objetos


  C. A perturbação causa prejuízo clinicamente significativo nas áreas social e ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento.


   D. Não existe um atraso geral clinicamente significativo na linguagem (por ex., palavras isoladas são usadas aos 2 anos, frases comunicativas são usadas aos 3 anos).


  E. Não existe um atraso clinicamente significativo no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento adaptativo (outro que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância.


   F. Não são satisfeitos os critérios para um outro Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ou Esquizofrenia". 

 

DSM-V: 299.00 (Atual)

Já o DSM-V ampliou o diagnóstico, incluindo também casos sem atrasos e QI preservados, passando a vigorar da seguinte forma:

"299.00 (F84.0) Transtorno do Espectro Autista

  1. Especificar se: Associado a alguma condição médica ou genética conhecida, ou a fator ambiental; Associado a outro transtorno do neurodesenvolvimento, mental ou comportamental;

  2. Especificar a gravidade atual para Critério A e Critério B: Exigindo apoio muito substancial, Exigindo apoio substancial, Exigindo apoio;

  3. Especificar se: Com ou sem comprometimento intelectual concomitante, Com ou sem comprometimento da linguagem;

Os critérios são divididos em A, B, C, D e E com alguns pontos específicos dentro deles. Vamos ver cada um deles separadamente.

 

A

Déficits persistentes na comunicação e interação social em vários contextos como:

  • Limitação na reciprocidade emocional e social, com dificuldade para compartilhar interesses e estabelecer uma conversa;

  • Limitação nos comportamentos de comunicação não verbal usados para interação social, variando entre comunicação verbal e não verbal pouco integrada e com dificuldade no uso de gestos e expressões faciais;

  • Limitações em iniciar, manter e entender relacionamentos, com variações na dificuldade de adaptação do comportamento para se ajustar nas situações sociais, compartilhar brincadeiras imaginárias e ausência de interesse por pares.

B

Padrões repetitivos e restritos de comportamento, atividades ou interesses, conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes itens, ou por histórico prévio:

  • Movimentos motores, uso de objetos ou fala repetitiva e estereotipada (estereotipias, alinhar brinquedos, girar objetos, ecolalias);

  • Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a padrões e rotinas ritualizadas de comportamentos verbais ou não verbais (sofrimento extremo a pequenas mudanças, dificuldade com transições, necessidade de fazer as mesmas coisas todos os dias);

  • Interesses altamente restritos ou fixos em intensidade, ou foco muito maiores do que os esperados (forte apego ou preocupação a objetos, interesse preservativo ou excessivo em assuntos específicos);

  • Hiper ou Hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesses incomuns por aspectos sensoriais do ambiente (indiferença aparente a dor/temperaturas, reação contrária a texturas e sons específicos, fascinação visual por movimentos ou luzes).

 

C

Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento, porém eles podem não estar totalmente aparentes até que exista uma demanda social para que essas habilidades sejam exercidas, ou podem ficar mascarados por possíveis estratégias de aprendizado ao longo da vida.

 

D

Esses sintomas causam prejuízos clínicos significativos no funcionamento social, profissional e pessoal ou em outras áreas importantes da pessoa.

E

Esses distúrbios não são bem explicados por deficiência cognitiva e intelectual ou pelo atraso global do desenvolvimento".

CID

 

Outro manual usado para realização do diagnóstico de autismo. A CID (Classificação Internacional de Doenças), este editado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que oportuniza que os profissionais de todos os países possam ter uma linguagem em comum, e assim melhorar o acesso ao diagnóstico e tratamento nas mais diversas partes do mundo.

 

CID 10: F84 (Antigo)

O CID 10 recebia o código F84 e denominava-se TGD - Transtornos Globais do Desenvolvimento, era dividido nos seguintes subtipos:

F84.0: Autismo infantil

  • F84.1: Autismo atípico

  • F84.2: Síndrome de Rett

  • F84.3: Outro transtorno desintegrativo da infância

  • F84.4: Transtorno com hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados

  • F84.5: Síndrome de Asperger

  • F84.8: Outros transtornos globais do desenvolvimento

  • F84.9: Transtornos globais não especificados do desenvolvimento.

 

CID 11: 6A02 (Atual)

 

A 11a edição passou a vigorar em janeiro de 2022, com o código 6A02, e define o TEA da seguinte forma:

  • 6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

    • 6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;

    • 6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;

    • 6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;

    • 6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;

    • 6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;

    • 6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;

    • 6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.

  • LD90.4 – Síndrome de Rett;

 

POR QUE É DIFÍCIL DIAGNOSTICAR?

Dr. Paulo Liberalesso 

O QUE É a SÍNDROME de ASPERGER?

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